Olho para a minha agenda e procuro o primeiro dia de 2004. Nada a registar. Nenhum acontecimento, nada a fazer. A folha branca foi um descanso num ano que, a título pessoal, foi cheio. Cheio de algumas alegrias e de muitas tristezas. Saindo do meu umbigo, foi o ano da morte do Fehér, um assunto que me marcou muito, pois tive de fazer um trabalho sobre o assunto; foi o ano da saída de Durão Barroso para Bruxelas, para presidir à Comissão Europeia, deixando-nos na mão de um incompetente nato, encapotado pela pose de populista, bonacheirão e bom falador; foi o ano do Euro 2004, e quem já esqueceu a derrota injusta contra a Grécia?; foi o ano da dissolução parlamentar imposta pelo Presidente da República... com quatro meses de atraso; finalmente, foi o ano em que tsunami passou, infelizmente, a constar no vocabulário mundial, marcado pelas milhares de mortes no sudeste asiático, zona maravilhosa do nosso planeta. Foi um ano bissexto, dizem os anciãos que é costume ser extaordinário. Terá sido? Não sei.
Jacob Needleman diz que «quando nos preocupamos, estamos a partir do princípio de que sabemos o que provavelmente vai acontecer no futuro e as nossas emoções utilizam o pensamento para lidar imaginariamente com este suposto futuro antes dele acontecer.» Será o ano de 2005 um ano normal? Não sei.
Carlos M. Gomes
sexta-feira, 31 de dezembro de 2004
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