«Sim!, disse o leitor encantado, é sensato, é genial, compreendo-o e admiro-o. Eu próprio pensei cem vezes a mesma coisa. Por outras palavras, esse homem lembrou-me a minha própria inteligência e, por conseguinte, eu admiro-o.»
Coleridge
Perante a vida, existem várias questões que se nos colocam. A música às vezes ajuda-nos a traduzir aquilo que pensamos e foi isso que fizeram hoje os Xutos durante a minha exasperante seca profissional. Aqui fica um "medley" de letras:
Se:
«A vida vai torta
Jamais se endireita
O azar persegue
Esconde-se à espreita
Nunca sei um passo
Que fosse correcto
Eu nunca fiz nada
Que batesse certo»
Mas não desanimo porque há mais sonhadores com esperança:
«Pensas que eu sou um caso isolado
Não sou o único a olhar o céu
A ver os sonhos partirem
À espera que algo aconteça
A despejar a minha raiva
A viver as emoções
A desejar o que não tive
Agarrado ás tentações
E quando as nuvens partirem
O céu azul brilhará
E quando as trevas abrirem
Vais ver, o sol brilhará
Vais ver, o sol brilhará»
Mas para isso tem de se fazer escolhas, nem sempre fáceis:
«Tempo que perdes sem decidir
Tempo que gastas sem arriscar
Espaço que te foge das mãos
As coisas que deixas passar
Sai p'ra rua, sai p'ra rua
Deixa o rebanho, pára de pastar
Esquece o conforto do lar»
E se a decisão for partir:
«Adeus vida atinada
Dos horários e das bichas
E das gripes do inverno
E do suor do verão
Adeus vida atinada
Adeus às praias
Cheias de gente
E um beijo p`ra quem fica
Adeus vida atinada
Ter de dormir sete horas por dia
Ir para o trabalho e ainda é de noite
Sempre o mesmo a todas as horas
Adeus vida atinada
Das mil maneiras de passar fome»
É ir e não olhar para trás:
«A carga pronta metida nos contentores
Adeus aos meus amores que me vou
P'ra outro mundo
É uma escolha que se faz
O passado foi lá atrás»
Meramente uma hipótese académica com alguns contornos de realidade.
terça-feira, 17 de abril de 2007
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