sábado, 29 de janeiro de 2005

O instantâneo

É um dos meus escritores favoritos. Richard Bach é um dos motivos que me leva a acordar todos os dias com renovada esperança. Aqui fica um pouco dele:
«O que vemos de alguém em determinado momento é um instantâneo de sua vida, na riqueza ou na pobreza, na alegria ou no desespero. Os instantâneos não nos mostram o milhão de decisões que nos levaram a esse momento.»

Carlos M. Gomes

sexta-feira, 28 de janeiro de 2005

"Morrer" para viver

Quando a vida nos dá vontade de desistir
Tudo o que perseguimos não nos quer alcançar
Só apetece fugir
Deixar de sonhar
Virar costas ao Mundo
E desaparecer
Para dentro de um buraco bem fundo
Onde possamos, aos poucos, morrer
E definhar sem chatear
Libertar a alma
Duma Terra de sacrifícios
De falsidades e terror
Para a percorrer e observar
Em todo o seu esplendor
Enfim... viver.

Carlos M. Gomes

quinta-feira, 27 de janeiro de 2005

Gosto muito do Aleixo nestas quadras de cair o queixo...

As quadras do António Aleixo, poeta algarvio e quase analfabeto, são de uma simplicidade genial. Aqui ficam as de hoje.

«Havia p'ra aí "um graxa"
Que era muito meu amigo:
Agora engraxa sem caixa
Já não se fala comigo»

«Conhecer a fundo a História
Ser estudioso, ter paciência,
- Pode revelar memória...
Mas não grande inteligência!»

«Esta mascarada enorme
Com que o mundo nos aldraba,
Dura enquanto o povo dorme
Quando ele acordar, acaba.»

Obrigado António Aleixo

Carlos M. Gomes

Um electrizante Benfica-Sporting

Hoje tenho de inaugurar um assunto no Suburbano: o futebol. O meu "glorioso" venceu o Sporting nos oitavos-de-final da Taça de Portugal. Noutras circunstâncias nem sequer teria gasto caracteres para escrever sobre isso, mas tendo em conta a forma como se passou o encontro... Foi electrizante. Seguramente o melhor jogo entre os dois velhos rivais desde há dez anos. Equipas de ataque, golos fantásticos, até "maradonescos" -- fantástico o golo do Paíto -- e emoção até ao fim. Tudo isto num clima competitivo excelente. Ganhou o futebol, ganharam os adeptos. E se o futebol em Portugal fosse mais vezes assim, até eu voltaria a inscrever-me como sócio do Benfica para poder desfrutar in loco de mais espectáculos assim. Mas infelizmente não é!

Carlos M. Gomes

terça-feira, 25 de janeiro de 2005

Brrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr!!!

Estão temperaturas de gelar, a rondar os zero graus, em pleno Janeiro. Nunca o Rui Veloso teve tanta razão quando canta: «Para mim hoje é Janeiro, está um frio de rachar. Parece que o mundo inteiro se uniu para me tramar!»

Carlos M. Gomes

sexta-feira, 21 de janeiro de 2005

A traição

Definição de traição segundo o dicionário: "deslealdade para com um amigo ou pessoa com quem se tem algum laço de solidariedade ou outro tipo de compromisso". E mais não digo!

Carlos M Gomes

terça-feira, 18 de janeiro de 2005

Um estado impossível

Ataraxia: tranquilidade da alma; ausência de perturbação.

Carlos M. Gomes

sexta-feira, 14 de janeiro de 2005

Tão longe de tudo!

Nunca o ser humano chegou tão longe nas suas viagens pelo cosmos. Hoje, a sonda Cassini-Huygens, da ESA (Agência Espacial Europeia) transportada pela NASA, aterrou na maior lua de Saturno. Um feito para a humanidade. Parabéns. Mais notícias podem ser lidas em http://www.esa.int/SPECIALS/Cassini-Huygens/index.html. Ou, se preferirem, no Abrupto ou no Diário Digital. Ficam as sugestões.

Carlos M. Gomes

quinta-feira, 13 de janeiro de 2005

Plagiadores e sexo: aqui como lá!

Afinal não é só cá no burgo que os jornalistas plagiadores e com intentos sexuais menos próprios em locais de redacção são recompensados com cargos do mais alto gabarito. Nos EUA, o jornal online, The Ledger, denuncia Lloyd Brown, o novo escritor de discursos de Jeb Bush, governador da Florida, como tendo plagiado editoriais e tentado abusar sexualmente de jornalistas do sexo feminino.
Por cá, o nosso plagiador está agora ao serviço de um clube de topo com uma função nevrálgica. Isto, depois de ter plagiado umas "paginitas" de um conhecido jornal espanhol e de ter "comido" umas estagiárias na casa de banho de uma publicação desportiva nacional. Enfim... é assim. Mas fiquemos satisfeitos. Na lógica de Bagão/Lopes, se lá fora se faz, cá dentro é também aceitável.

Carlos M. Gomes

Curiosidades diárias e não só

Aqui fica um link que me foi sugerido por um amigo e que me parece que fala de um elefante cor de rosa que anda no meio de todos, mas de que ninguém fala com medo de ficar mal no filme: http://portugays.blogspot.com

quarta-feira, 12 de janeiro de 2005

O amor é fodido e as mulheres são más

O Miguel Esteves Cardoso no seu best-seller, «O Amor é Fodido», escreve esta passagem. Pode-se concordar ou não, mas ele defende-a bem:
«Eu sempre achei que a Teresa era boa. É essa a pancada dos homens: têm a mania que são maus. Que são tão sacanas e mentirosos que as namoradas têm de ser melhores, por força da física.
Não percebemos que há mulheres más. Muitas mulheres más. Muitas muito más. Mais mulheres más que boas. Aí dez más para cada boa. Atenção: boas geralmente feias e desinteressantes.»

Carlos M. Gomes

terça-feira, 11 de janeiro de 2005

Ode a uma caneta

É uma caneta analógica
E não digital
Força toda a lógica
Para além do trivial
Transporta a emoção
Em toda a sua cor
E não a informação
Desejada pelo professor
Não trouxe boas notas
Nem por isso quis fazer
Mas trouxe inspiração
E encheu-me de prazer
Em todas as linhas
Em todos os pensamentos
Até de gatinhas
Nos maus e bons momentos

Carlos M. Gomes

quinta-feira, 6 de janeiro de 2005

Intuir...

Quanto tudo parece acabar
Deixar de existir
É mais fácil deixar
E simplesmente desistir
Mas algo nos move
Uma estranha e indizível sensação
Algo que comove
Talvez uma intuição
Aquilo que nos leva a saltar barreiras
A correr Mundo, a vida
A cruzar fronteiras
Com a alma despida
Vai-se fortalecendo
Ganhando experiência
Enfraquecendo
E perdendo a paciência
Emerge em nós e vibra
Compele-nos para a vida
Embriaga-nos como a sidra
Caímos de rastos
Ébrios mas não vencidos
Acordamos e sonhamos
Temos uma visão
O resto do tempo
O que vamos fazer?
Talvez cobiçar
Ou quem sabe desaparecer
Quando tudo parece acabar
Penso em resistir
Em viver e alegrar
Num sorriso para me divertir

Carlos M. Gomes

quarta-feira, 5 de janeiro de 2005

O escorpião de cada um...

Tenho pensado na vida e naquilo que algumas pessoas me têm feito. Não sou de ódios e acho que este conto que consta na Tertúlia de Mentirosos, de Jean-Claude Carrière, é uma boa forma de desculpar a natureza de algumas pessoas que, infelizmente, me surgiram pela frente. Reza assim a estória da rã e do escorpião, que Orson Welles contou no filme O Senhor Arkadin.
«Um escorpião, que desejava atravessar um rio, dirigiu-se a uma rã:
- Leva-me às tuas costas.
- Queres que te leve às minhas costas! - responde a rã - Nem penses! Se te levar às minhas costas, tu vais-me picar e matas-me.
- Não sejas estúpida - diz-lhe então o escorpião - Não vês que, se te picar, tu vais ao fundo e eu, que não sei nadar, afogo-me?
Os dois animais estiveram assim a discutir durante algum tempo e o escorpião mostrou-se tão persuasivo que a rã aceitou levá-lo a atravessar o rio. Carregou-o no seu dorso escorregadio, ele segurou-se e começaram a travessia.
Chegados ao meio do grande rio, onde se cavam os remoinhos, de súbito, o escorpião picou a rã. ESta sentiu o veneno fatal espalhar-se pelo seu corpo e. ao afundar-se, arrastando consigo o escorpião, disse-lhe:
- Vês? bem te disse! Olha o que fizeste!
-Que queres? - respondeu o escorpião antes de desaparecer nas águas glaucas. - É a minha natureza.»

Carlos M. Gomes

terça-feira, 4 de janeiro de 2005

Os nossos media

Na minha habitual leitura diária pelos jornais deparei-me com uma notícia intrigante. Não é que os títulos que mais cresceram no PSI-20 durante 2004 foram títulos relacionados com a comunicação social. A Impresa cresceu 68 por cento, enquanto a Media Capital ficou poucos pontos percentuais atrás. Para não falar da Cofina - que apesar de ir separar a vertente de media dos outros negócios ainda negociou media com o título Cofina durante 2004 -, que foi considerada uma das grandes sensações do ano transacto na bolsa de Lisboa.
Ora quer isto dizer que Pinto Balsemão, Paes do Amaral e Paulo Fernandes têm razão para estar felizes e de bolsos cheios. Mas não será isto um rude golpe na ladainha tantas vezes repetidas de que a comunicação social não dá dinheiro? Que o que se ganha, mal chega para pagar em condições aos jornalistas que todos os dias garantem que jornais, rádios e televisões continuem a produzir cada vez mais? E produz-se mais a cada ano, ao contrário do que seria lógico se a comunicação social não desse dinheiro.
Mas os ganhos chegam para os administradores dos grande grupos de media andarem a pavonear-se, assim como outros parasitas do trabalho dos jornalistas. Mas a culpa é destes últimos, que graças a uma paixão grande pela profissão se declararam incapazes de gerir. Por isso os media estão como estão. Os bem postos, defendem-se. Os outros vão entrando com fraca qualidade, pois trabalham com péssimos salários e até de borla. Com este ritmo não há quem aguente a paixão pela profissão e as contas para pagar. Isso faz com que o jornalismo, cada vez mais, seja uma profissão para os meninos ricos, que sem encargos, não se importam de trabalhar de borla ou por meia tuta. Os patrões agradecem, o público também não é tão exigente quanto isso e todos são felizes. Merecem-se.
Os erros são cada vez mais frequentes e mais gritantes. Mas isso não importa. Importa é vender publicidade e fazer dos jornalistas vedetas sem conteúdo como alguns leitores de notícias das televisões. E assim se vão enchendo os bolsos dos grupos de media nacionais. À base da falta de qualidade e fiados na falta de união da classe. Nem têm dinheiro para pagar ao mísero jornaleiro.

Carlos M. Gomes

sábado, 1 de janeiro de 2005

BOM ANO 2005

Será? Não sei!