quinta-feira, 31 de maio de 2007

Greve aos dias bons

Ontem houve greve geral e eu fiz greve aos dias bons. Passo a explicar: para que o bem comum seja salvaguardado - alegadamente - existe o direito à greve, mas este consiste também nalguns deveres como a prestação de serviços mínimos determinados sectores como os tranportes, o que ontem não se verificou. E começou logo aqui a minha greve aos dias bons, pois às oito da manhã estive mais de meia-hora na fila para um transporte alternativo ao metropolitano que afinal não existia! Conclusão: tive de ir de carro para Lisboa. Atalhos, trânsito, atalhos, mais trânsito... O cenário habitual nestas situações. E estacionar em pleno Saldanha? Foi à primeira. Não fosse o moedinhas a pedir o seu quinhão, os "sapos" da Emel - que não fizeram greve - e as coisas até teriam corrido bem. Não dei os habituais 0.5 € ao arrumador, mas tive de pagar o parquímetro e tudo isto sob o olhar complacente de uma dupla policial. Ao longo do dia claro está que tive de ir alimentar a máquina para que não fosse multado e garanto que não saiu barato!
Mas a "pièce de resistance" da minha greve aos dias bons aconteceu quando, às 18h30, saí do trabalho - onde por acaso os sistemas andaram encalacrados o dia todo; julgo serem afectos à CGTP - e vi que tinha uma multa de estacionamento. É que o parque estava pago até às seis, mas tive de ficar mais tempo no trabalho sem possibilidade de vir pôr mais moedas... Resultado: uma multa de singelos quatro euros, mas a verdade é que já tinha gasto cinco/seis euros e a coima da "saparia emelesca" teria sido igual se não tivesse posto moedas. Lição aprendida: mais vale não pagar nada do que ir metendo moedas diligentemente, pois o atraso de pagamento ou a ausência do mesmo são tratados de igual forma. E tudo isto começou no dia anterior quando no trânsito fui ameaçado por um deficiente com uma faca em punho!!!!!!!!!!
Valeu a futebolada nocturna...

terça-feira, 29 de maio de 2007

E vocês?



ESTÓRIAS QUE ME CONTARAM

No nosso dia a dia assistimos às mais diversas formas de discriminação por parte de todos em relação a todos. Não se pense que só as minorias são alvo deste fenómeno social. Há mais a serem discriminados seja pelo que for. Por exemplo, há dias assisti a uma conversa entre uma senhora bem na vida com uma vendedora da revista CAIS de apoio aos sem abrigo. A primeira estava a adquirir uma edição, mas enquanto tirava as moedas da carteira, aproveitou para dar um sermão à indigente e começava assim: «Vocês fazem sempre a mesma coisa. Têm de fazer isto com outra cara, blá, blá...».
A minha atenção ficou no pronome pessoal “vocês”. Parece uma palavra inofensiva, mas deve ser das mais discriminatórias do léxico nacional. A senhora bem na vida utilizou-a, ainda por cima, com um nível de pedantismo acima da média, colocando-se muito distante do “vocês” a quem se dirigia. Sem ser ofensiva directamente, humilhou a pobre senhora que só queria vender a CAIS e que não estava minimamente interessada em saber o que pensa uma mulher de classe superior.. Ah! Que asneira a minha, não existem classes na sociedade! Somos todos iguais!
Mas não é só nestas situações de óbvia desigualdade que a palavra ganha tons discriminatórios. Quantas vezes, nós próprios, já a utilizámos para discriminar de forma pejorativa alguém? Quem nunca se referiu, ao falar com um amigo, que “vocês, os do Benfica, do Flamengo, etc” são desta ou daquela forma? Ou num contexto político? Por exemplo, “vocês”, os de direita ou de esquerda agem sempre assim! Num ambiente religioso: “Vocês”, os católicos, os judeus, os muçulmanos ou outros pensam e agem assim!. Mesmo dentro do local de trabalho com um simples “vocês”, os da informática, por exemplo! Ou “vocês”, os professores, os taxistas, os médicos, os jornalistas, os políticos, os pedreiros, etc!
O que este “vocês” tem de violento é que generaliza e faz crer que uma pessoa por exercer determinada profissão, acreditar em determinado Deus, ser adepto de um clube ou pertencer a um partido, pensa ou age de forma idêntica e previsível. Se um católico age mal: “vocês, católicos agem todos mal; se um adepto do Benfica é entrevistado e está bêbado: “vocês benfiquistas são todos uns pinguços!”; se um indigente faz pela vida como pode a vender revistas nas ruas: “vocês os pobres precisam todos de mudar de atitude”. Minha senhora, vocês os bem postos e quejandos têm é de aprender que os valores não dependem do dinheiro e uma mísera esmola não dá direito a proferir sermões aos mais desfavorecidos! “Vocês!”

NOTA: Este texto vai ser publicado na Revista Brasil no próximo mês. Inauguro aqui o hábito de o pré-publicar - julgo que o director não vai ficar chateado.

sexta-feira, 25 de maio de 2007

Não deixes desaparecer a tua criança!

Ao que julgo saber, hoje celebra-se o Dia Internacional da Criança Desaparecida. Não podia vir mais a propósito, tendo em conta o drama do desaparecimento de Madeleine, cujo eco em muito ultrapassou o que seria normal esperar. Mas o meu apelo vai no sentido de não deixarmos também desaparecer a criança que todos somos. Parece lamechas, mas não é...

quinta-feira, 24 de maio de 2007

Foreman tenta beliscar Ali


Os mitos, cedo ou tarde, acabam por cair ou por ser abalados. Foi o que aconteceu agora com o mais famoso combate de boxe de todos os tempos que opôs Muhammad Ali a George Foreman, em Kinshasa (Zaire), corria o ano de 1974. Em jogo estava o título mundial detido por este último e que que lhe foi arrebatado pelo homem que flutuava como uma borboleta e picava como uma abelha. O despique decorreu sob intenso calor e Ali - ex-Cassius Clay - utilizou as cordas para encaixar os golpes recebidos, não se cansando tanto. Com mais energia foi com alguma naturalidade que, no oitavo "round", venceu por "knock-out".

Contudo, o pugilista vencido lançou recentemente um livro em que levanta a possibilidade de ter sido drogado. Aqui fica o testemunho de Foreman na primeira pessoa em declarações à imprensa por ocasião do lançamento do seu livro God in My Corner: «Bebi água antes do combate. Subi ao ringue com um gosto de remédio na boca. Cuspi-a durante todo o combate e disse ao meu treinador: estou convencido de que a água que bebi tem alguma coisa. A partir do terceiro assalto comecei a sentir-me muito cansado!»

Claro que pode ser só uma desculpa para se defender de uma derrota que lhe marcou a vida. Talvez não queira assumir que o cansaço que sentiu se tenha devido a uma estratégia menos conseguida. Mas a verdade é que dá uma beliscadela no mito de Ali e da sua vitória mais histórica. Apesar disso, ficam algumas perguntas a Foreman: Por que é que não falou antes disto? Quem lhe teria drogado a água? Com que intuito?


P.S. - Não sou fã de boxe, mas este combate tenho-o bem vivo na memória depois de o ter visto há alguns anos.

quarta-feira, 23 de maio de 2007

Mais uma...

Às vezes as pessoas desiludem-me sempre...
E eu, parvo, continuo a acreditar que o homem é bom!

terça-feira, 22 de maio de 2007

A classificação final 2006/2007

Porto, Porto, Porto!
És a nossa alegria, és a nossa glória!
Dai-nos neste dia, mais uma alegria, mais uma vitória!

Força Sporting, alé. És a nossa Fé!

Benfica, Benfica, Benfica. (três vezes como convém ao terceiro classificado)

Nota de "Índio" lampião: Fora Fernando Santos! Fora Nuno Gomes, Derlei, Beto, Paulo Jorge e quejandos. Fica Miccoli, Simão, Rui, Léo e outras mais valias.

quarta-feira, 16 de maio de 2007

Quanto vale um Zero à direita?

O candidato mais à direita para a Câmara Muncipal de Madrid, Alberto Ruiz Gallardón, resolveu dar uma entrevista de fundo à revista Zero. Nada de extraordinário não fosse esta publicação ser direccionada para os gays e de se saber a posição daquele partido em relação a esta temática. Inclusive, este senhor tema na sua lista a mulher de José Maria Aznar, ex-primeiro ministro espanhol, que é conhecida pelas suas posições, por exemplo, contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo cuja lei foi recentemente aprovada no país vizinho. Ana Botella não foi, contudo, impeditivo para que o mais provável das eleições para a Câmara madrilena desse a referida entrevista. Aqui fica uma parte da notícia publicada no DN a este propósito: «O presidente da câmara de Madrid, Alberto Ruiz Gallardón, provável vencedor das próximas eleições, apareceu esta semana na capa da revista gay mais conhecida de Espanha - a Zero, que já entrevistou Zapatero duas vezes e que tinha, para este número, como primeira escolha, o rival de Gallardón na corrida eleitoral. Mas Miguel Sebastián, socialista, recusou o convite com a enigmática frase "mais por motivos políticos que pessoais". Gallardón disse que sim, para surpresa dos editores da revista, que nunca tinham conseguido um político de direita para a capa. O alcaide, que não esteve ao lado do PP quando este interpôs um recurso no Tribunal Constitucional para anular a lei que autoriza o casamento de homossexuais, recebeu os dois jornalistas no seu escritório. E respondeu a todas as perguntas, incluindo a que questionava a número dois da sua lista, mulher do ex-presidente de Governo José Maria Aznar. Mais de uma vez, Ana Botella mostrou-se publicamente contra as leis de igualdade para os homossexuais.»
P.S. - Cá no burgo fiquei a saber que o próximo dia 10 de Junho vai acumular mais uma celebração. Até hoje foi dia de Camões, de Portugal e das Comunidades. A partir deste ano vai passar a ser também dia da Tropa, mesmo assim como se tivesse sido dito por algum concorrente de um qualquer BB da TVI. Que mais celebrações podemos acumular nesse dia? Talvez o dia da Poupança! Um país que num só dia consegue comemorar quatro situações, só pode ser muito poupadinho...

terça-feira, 15 de maio de 2007

BREAKING NEWS: Bush demite-se!

A gafe da CNN encheu de esperança todo um eixo atlântico. Mas afinal foi só o texto a fugir para a verdade desejada de um editor mais ansioso quando anunciou a saída de Tony Blair do partido Trabalhista e do governo britânico. Foi uma espécie de lapso freudiano do jornalismo/política. O engano demorou alguns breves segundos a ser corrigido. Foi pena!

Filmes Smoke Free

Os hipócritas norte-americanos voltam a atacar o cigarro que idolatraram nos filmes mas que agora só se vê nas bocas dos maus das fitas. Mas Hollywood vai levar mais longe esta perseguição ao passar a classificar os filmes de acordo com o número de imagens de pessoas a fumar. Segundo o Diário de Notícias "a partir de agora, três questões passarão a pesar na hora de classificar uma película onde apareça tabaco. A saber: fuma-se de um modo que encha o ecrã? O acto de fumar apresenta-se como algo associado ao glamour? Existe ou não um contexto histórico ou outro factor que ajude a mitigar o acto de fumar? É depois de avaliar pormenores como estes que a MPAA classificará os filmes como mais ou menos perigosos para as crianças".
Tudo isto para haver um equilíbrio entre arte e saúde na infância. Porque esta medida vai fazer com que as crianças só possam assistir a filmes em que apareçam fumadores de forem acompanhadas por um adulto. Ou seja, o tabaco recebe o mesmo tratamento do sexo e da violência. Julgo que o tiro vai sair pela culatra aos protagonistas desta medida, pois quanto mais se esconde, mais é desejado. Que eu saiba, o sexo e a violência não terminaram nos Estados Unidos apesar das medidas fortes de restrição. Ah! As crianças não podem ver fumar nos ecrãs, mas têm todo o direito, according to the Bill of Rights, de terem uma arma de fogo... É menos nocivo!

sexta-feira, 11 de maio de 2007

Uma vida Le Cool


Uma revista on-line com boas sugestões. Parece-me muito bem.

quinta-feira, 10 de maio de 2007

A "minha" Super Mulher

Li no Bola na Área - de onde aliás pirateei esta foto - que o jornalismo
desportivo devia de dar mais atenção à Vanessa Fernandes. Concordo em pleno e acrescento que ela merece muito mais do que as divas futebolísticas ou seus derivados. Esta mulher é mesmo Super, sem aspas e com letra capital. Nada 1,5 km, corre 10 km e anda de bicicleta mais 40. É fenomenal e ainda é a número 1 do ranking mundial. Mesmo que os jornais desportivos não lhe dêem a devida atenção, a verdade é que as pessoas lhe reconhecem o mérito, como se pode ver na foto.

terça-feira, 8 de maio de 2007

O que é humano pode ser estranho?

«Sou humano, e nada do que é humano me é estranho!». Esta frase, que me foi dada a conhecer por um amigo e consta de uma peça chamada "Heauton Timorúmenos" (O atormentador de si mesmo), serve na perfeição como epígrafe, embora contraditória, a estas duas estórias que me assaltaram hoje. E deixa também antever a fraternidade existente entre os homens, isto numa perspectiva socialista de homem-bom e não na outra mais social-democrata de homem-mau.
A verdade é que há coisas que, apesar de ser humano, me fogem à compreensão. Hoje, na minha habitual deambulação pelo Saldanha e arredores, vi um velho a andar curvado sobre si mesmo num ângulo de noventa graus, com as mãos nas costas que transportavam uma bengala e uma mala de mulher. Várias perguntas: De quem era o saco? Se era do próprio, porquê um saco de mulher? Faltava ali a parelha feminina? Seria o saco de mulher mais ao seu gosto? Porquê a bengala se ia na mão e não a ser utilizada para o seu fim? No fim da rua, vi o homem a endireitar-se, esticando-se, voltando à posição de curvado. Continuou caminho, pareceu-me que ia também a falar sozinho...
Serve esta última frase como deixa para o segundo humano incompreensível da hora de almoço. Um homem também, bem vestido e calçado, com bom aspecto apesar de já quarentão, dirige-se com toda a pressa do mundo a um caixote do lixo, dos milhares verdes que existem agarrados aos postes de Lisboa, e começa a falar para a pequena abertura como se estivesse lá alguém preso dentro. Após esta primeira abordagem, fica recostado no mesmo caixote enquanto come uma sandes e fala com o seu amigo imaginário, penso eu! Mais perguntas: Quem é que estava dentro do caixote? Por que é que só aquele homem é que ouviu quem lá estava dentro? Estava alguém ou algo lá dentro sem ser lixo? Por que é que as pessoas que passavam não estranharam a situação e continuaram como se nada fosse? Têm medo do que é diferente?

Poesia muito barata mas libertadora na mesma

ENSAIO I

Quando não se gosta e se faz
E se ama aquilo que se não tem
É uma força pugnaz, cheia de ambição
Um eterno vai e vem
Algo que cresce sem parar
A luz esmorece e vem a cor de azeviche
Fecha os olhos, vai...
Sonhar é sempre melhor

segunda-feira, 7 de maio de 2007

Sarko e Joja



Tenho andado a pensar no que é que o destino, a vida, o devir, a coincidência e até a providência, andaram a pensar para, no mesmo dia, Alberto João Jardim e Nicolas Sarkozy, vulgos "Joja" e "Sarko", serem eleitos presidentes dos respectivos governos... E penso, e penso, mas não chego lá.

sexta-feira, 4 de maio de 2007

Para blogar melhor


Vale a pena dar uma olhada. Não só pelas dicas, mas pela forma como a navegabilidade da edição é feita. Estamos quase lá, só falta um interface mais inteligível, agradável ao tacto e ao olhar, e mais portabilidade.

E eu a vê-los passar!!!


Era, mas já não é!
Depois, pensei em vender a minha consciência. Alguém interessado?

quinta-feira, 3 de maio de 2007

Sarko, 1-Ségo, 1


A política e o futebol andam imiscuídas há muito tempo, por serem ambas duas temáticas que ultrapassam em muito a razão, embora a primeira não devesse ser assim. Não quero aqui falar dos tristes exemplos que temos no nosso país desta relação, mas sim salientar a importância do futebol nas sociedades. O mesmo futebol que foi vituperado, há não muito tempo, por alguns intelectuais ressabiados que hoje saem debaixo das pedras do anonimato para dizerem que afinal até percebem daquele desporto. É ver realizadores de cinema, actores, apresentadores de TV, ex-jornalistas económicos a falarem de futebol agora sem vergonha, sem correrem o risco de serem chamados de energúmenos pelos seus pares.

Para melhor explicar a importância do futebol e da sua envolvência social e política, aqui fica o excerto de uma notícia publicada hoje, no DN, acerca do debate presidencial em França entre Sarko e Ségo:

«O debate foi realizado pelo homem que revolucionou a forma de filmar os jogos de futebol em França. Quanto ao decorador do estúdio, inspirou-se no tecto oval do Stade de France, o célebre estádio parisiense, com efeitos à volta como se fossem bancadas. A cor da plataforma sobre a qual estava a mesa do debate era azul, a cor dos bleus, os futebolistas que galvanizam os franceses. Enfim, a audiência que a TF-1 e a France 2 esperavam para ontem era entre 20 e 25 milhões de telespectadores, número só comparável a uma final de Campeonato de Mundo. Tudo por um encontro dos dois a quem os franceses gostam de chamar simplesmente Sarko e Ségo.»


P.S. - Li uma notícia no CM que diz, grosso modo, que o consumo de droga é menos penalizado que o consumo de tabaco. Portanto, vai passar muita gente a passar a fumar o SG Ganza, em vez do tabaco comum! São estas leis ridículas que fazem com que o sistema judicial esteja em descrédito e desfazado da realidade...

quarta-feira, 2 de maio de 2007

Pubalgia!

Aí está algo que nunca me tinha tocado até ontem. Ao que parece tenho de descansar e fazer alongamentos...